Alexandria foi Destruída
Por
Marcelo Baglione
Andre e demais colegas de fórum, boa noite. Boa? Meio difícil; melhor: impossível! Estava bastante emplogado para comentar esta ótima publicação a respeito de um novo Turning Point, o mais recente estado paradigmático alcançado pelas placas de vídeo. Mas há poucas horas, tive que mudar o meu comentário. Ele não é político, mas diz a respeito a todos nós que temos um contato direto com TI.
Quanto esforço de pesquisa, recursos financeiros e dedicação científica foram necessários para chegaramos até às placas NVidia RTX. Todavia, você já parou pra pensar como os sumérios conseguiam, com tanta precisão, estabelecer ciclos planetários, eclipses, sem todo o aparto tecnológico dos dias de hoje? Como, de que forma os egípcios ou a civlização tolteca conseguiram edificar munumentos e pirâmides em absoluta simetria com estrelas, constelações e pontos cardeais? Como poderia existir tamanha complexidade de engenharia, matemática, geometria, arquitetura e, também, conhecimentos astronômicos em períodos tão distantes de nós, mas que ainda continuam a carregar, em nossas ventas, uma eterna e gigantesca interrogação, hem?
Por que estou a falar disso e deixar de comentar o espetacular lançamento da já citada série de placas RTX da NIVIDA?
Sou carioca, nascido no Estado da Guanabara; portanto, quando o Rio era, ainda, o Rio. Por todos os motivos, hoje se abateu uma catástrofe sem precedentes na história científica e cultura do Estado, do Brasil e do mundo. O meu queridíssimo Museu Nacional, virou pó, cinzas, junto com todo o seu inestimável acervo de 20 milhões de itens. Vou repetir: 20 MILHÕES DE ITENS do mais importante museu do país.
O Brasil, um carrasco da cultura, com sua sina persecutória de destruir e arrasar com ela, hoje atingiu um índice de proporções bíblicas do ponto de vista da cultura e do saber acumulado por gerações.
É como se os nossos governantes tivessem planejado, a longo prazo, uma diretriz de Estado: Destruição da Cultura e de todo o Saber que possam ser produzidos no Brasil; aniquilando, também, qualquer forma de fecundação de uma elite cultural pensante ou "minoria criativa". É como se hoje, com o trágico incêndio do Museu Nacional, pudessemos chamar este ato de um tipo de Kristallnacht ou Noite dos Cristais, só que o perseguido é a cultura e o saber.
Estou triste, revoltado, porque, como carioca, tenho uma relação afetiva com o já totalmente destruído Museu Nacional. Quem teve a oportunidade de conhece-lo, ao entrar, ingressava num outro tempo: voltava, retornava através de vários passados. Passei minha infância visitando este acervo sem par, localizado num lugar lindo e num prédio, cujo de valor arquitetônico não pode ser mensurado.
Nossa, Alexandria pegou fogo! Foi destruída! O culpado é o Estado e seus vários governos estaduais e federais.
Não existe mais Museu Nacional. Acabou, virou cinzas e não há motivos para que lá seja reconstruído nada, porque o mais importante foi consumido pelas chamas da ignorância e do descaso nato, tão peculiar na Grande Taba de Vera Cruz.
Para finalizar, Andre.
Falo com você em entrelinhas...
"No Dia da Independência do Brasil", o Grande Terreirão que derrete símbolos de vitórias e conquistas como a taça Jules Rimet ou rouba medalhas de campeão de matemática, percebemos que não temos uma Elizabeth Taylor para prantear ou se revoltar - com ira! - por esta irreparável perda. É como uma pessoa, Andre.
Sabe em que dia aconteceu o incêndio que destruiu o Museu Nacional? 02 de setembro de 2018, a data em que a Sua Alteza Real, a Sereníssima Senhora Princesa Real, Maria Leopoldina de Áustria Carolina Josefa Leopoldina Francisca Fernanda de Habsburgo-Lorena deterninou, junto com seu Conselho de Estado, a Independência do Brasil.
Infelizmente, dependemos de muitas e muitas coisas no meu país, principalmente da Diretoria da UFRJ.
Obrigado, Museu Nacional! Descanse em paz!
Marcelo Baglione