Faz mais de 30 anos que mexo com o 3D Max. Começei quando ainda era o 3D Studio, para DOS. Lecionei 3D Max na Universidade de Franca por 20 anos e sempre fui um defensor ferrenho do programa, muitas vezes me recusando a usar qualquer outro da sua classe.
Há uns 6 anos fui convidado por Ken Pimentel para fazer parte dos Beta Testers do Max e na época me emploquei com que o que chamavam de projeto Excalibur, que prometia uma total revitalização do Max, inclusive com diversas mudanças em seu fuxo de trabalho e interface. Infelizmente esse projeto morreu no berço e a Autodesk optou por implementar apenas uma coisa ou outra, no proprio 3D Max velho de guerra.
O que percebi em todos esses anos é que o núcleo do programa é o mesmo. A cada nova versão o que se fazia era adicionar ao corpo do programa o que antes era vendido em separado como plugin. Um exemplo classico foi o CAT, mas, se puxarmos da história, veremos isso em um sem número de implementações. Embora seja extremamente poderoso, o 3D Max é pesado como um dinossuro. Tudo nele é demorado, tudo nele dá pau, recorrentemente temos que apelar para alguma gambiarra para que algum comando funcione como o esperado e isso é muito ruim.
É fato que ele é capaz sim de fazer coisas que só ele faz, mas por outro lado ele quer fazer de tudo e, quem quer fazer de tudo um pouco, faz tudo mal feito.
Recentemente comecei a usar o Cinema 4D e, embora haja comandos que são complicados (como todo programa 3D), a maior parte do programa é simples, faz sentido e o melhor de tudo é fluida. Tudo que se executa acontece de forma muito rápida, dando um feedback gostoso de se trabalhar. Observa-se que o núcleo do programa é mais limpo, mais bem resolvido e isso se propaga por toda a estrutura do software. Ele não tenta fazer de tudo, mas o que ele se propõe a fazer ele faz muito bem feito. A cada vesão que é lancada, verifica-se uma preocupação em dar aoo usuários novas ferramentas, mas acima de tudo, melhorar o fluxo das que já existiam. É claro que o programa não é perfeito, o sistema de mapeamento é confuso, assim como a criação de materiais, mas nada que em 1/10 do tempo de aprendizado do max o usuário não aprenda.
Por esse motivo eu, infelizmente, quase não tenho mais usado o Max. Uso apenas para um caso muito especifico ou outro. A autodesk realmente está matando o programa. Acho que ele só sobrevive porque tem muita gente, como eu, que ainda é apaixonada há muitos anos, mas acredito que, se esses usuários se derem a chance de conhecer programas como o C4D ou mesmo o Blender (que está fantastico em sua versao 2.78) vão acabar abandonando a Autodesk.
É isso, um desabafo....