Teorias da conspiração à parte, Avatar ganhou 3 merecidas estatuetas em categorias técnicas que condiziam com àquilo a que se comprometeu: deixar um novo marco nas aplicações 3d, efeitos especiais, técnicas e hardware, assim como o foi Toy Story, e retrocedendo mais ainda, Tron (1982 - tendo Jeff Bridges como Kevin Flynn, o Jeff Bridges que ganhou seu merecido Oscar de melhor ator, ontem).
Avatar é uma superprodução que se propunha superar recordes comerciais, e isso o fez com êxito.
E embora estejamos em um site de CG, o Oscar é uma premiação para filmes, produções, não é uma premiação para êxitos extraordinários em tecnologia e computação gráfica. Para isso, ele tem a premiação para EFEITOS ESPECIAIS, que não poderia ser dada a nenhum outro este ano, a não ser AVATAR, que o arrematou com o merecido direito, e só.
Titanic, o pretérito filme de Cameron, que levou 11 estatuetas, além de ser espetacular tecnicamente (levou o de efeitos especiais) também tinha uma história que envolvia o público, principalmente mulheres e adolescentes - um romance, um galã, uma história em parte verídica sobre um mítico desastre, de um mítico navio, até o interesse histórico estava impregnado. Por isso era um bom filme também, e faturou tudo daquela vez.
Mas Avatar nem isso tinha, apesar de revolucionar o mundo 3d. Uma historieta razoável, um mundo em muitas vezes implausível, situações desconcertantes (aquelas que lhe despertam vergonha alheia) como os navis em transe, dançando com os braços ao redor da grande árvore, ou da comunicação sensorial entre os tentáculos da cabeleira dos navi e os animais, e também, um raciocínio bem simplista entre a ideologia natureba/ecológica do bem, e os capitalistas/exploradores do mal. Por isso não era um grande filme, apesar de ser um delírio para quem admira CG. Eu, por exemplo, fiquei mais fascinado vendo as matérias de making off do filme do que o vendo propriamente. Você esquece na semana seguinte.
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