A cena criada em 3D costuma ter três tipos de utilidade, ou será uma animação, ou será uma imagem, ou será uma aplicação interativa. Obviamente existem outras aplicações, como ser usada para manufatura do produto, por exemplo. Mas entre essas três aplicações principais, a criação de ambientes interativos para visualização de projetos, criação de games e programas de treinamento, estão se tornando cada vez mais comuns e requisitadas.
Antigamente era necessário ser um especialista em programação C++ e em 3D para fazer um jogo simples ou passear por um projeto arquitetônico, a opção mais simples era o formato VRML, que apesar de permitir a interatividade, tem baixa qualidade de texturas, não permite efeitos, é super limitada, o arquivo fica muito grande e quase não existem mais Players para este formato.
Houve até um boato que este recurso seria retirado do 3ds max há anos atrás na internet, mas não se concretizou, os recursos de VRML ainda continuam no programa.
Enquanto isso, a Macromedia desenvolvia o formato ShockWave 3D, que primeiramente ficou disponível para o 3ds max como plug-in, mas depois foi adicionado como parte do programa para exportar no formato W3D.
Neste formato a cena 3D pode ser aberta no programa Director, também da Macromédia, que foi comprada pela Adobe, e criar a interatividade, claro que ainda precisa de programação para fazer coisas mais complexas, mas as funções mais simples já vêm prontas. Você pode simplesmente arrastar uma função e soltar sobre a câmera para definir as teclas que deseja usar, só com isso o movimento está pronto, permitindo criar passeios facilmente.

Clique nas imagens para ver os VRs. - Será necessário instalar o plug-in do Shockwave3D, o download da Adobe é automático.

O Shockwave 3D tem outras vantagens, ele aceita texturas com mais qualidade e efeitos do que o formato VRML, e dentro do Director fica ainda mais poderoso, você consegue criar até simulações físicas em tempo real com o Reactor e o X-Tras Havok, que é o Reactor dentro do Director.
O interessante de criar este tipo de aplicação no Director é a vantagem dele ser um programa de autoria multimídia, então, você pode criar uma interface personalizada e gerar um arquivo executável no final, permitindo gravar em CDs e fazer um Auto-Run, criando assim uma apresentação bem profissional.
O Director só aceita o ShockWave 3D a partir da versão 8.5.

Exemplo do 3D Game Studio

Existem outras possibilidades práticas também, o programa 3D Game Studio é uma delas, ele tem funções prontas para aplicar nos objetos e certamente oferece muito mais recursos e interatividade do que o Director, porém, ele é mais indicado para criação de Games e não é tão prático quanto o formato W3D, vai importar do Max pelo formato 3DS e exigirá mais tempo para fazer coisas simples, no caso de passeios por ambientes arquitetônicos, é melhor usar o Director.
O 3D Game Studio é um programa comercial, você pode ler um descritivo sobre ele e acessar o site do desenvolvedor pela seção Softwares, aqui no site www.tresd1.com.br.

Exemplo do plug-in RTRE

Também existem diversos plug-ins para criar ambientes em realidade virtual com Players próprios, você encontra um descritivo sobre diversos deles na seção Plug-ins aqui no site www.tresd1.com.br.

Ainda existem os ambientes panorâmicos que simulam VR, mas não tem interatividade e não dá para se movimentar em 3D pela cena, a vantagem é a qualidade, porque como é uma imagem panorâmica renderizada, você pode renderizar com recursos modernos de iluminação usando o renderizador que desejar.
Existe outra variação deste tipo de VR, para estudar um único objeto por todos os lados, neste caso a imagem panorâmica não funciona, então, o plug-in renderiza centenas de imagens para mostrar o objeto por todos os lados, depois junta isso num arquivo que você pode rotacionar com o mouse, como se fosse em 3D real. Neste caso fica muito bom e tem qualidade de render também, mas fica super pesado, porque são muitas imagens, não serve para usar na internet.

Quick Time VR / VR Toolbox / Pano2QTVR - Clique nas imagens para acessar o site dos mesmos.

Este tipo de VR foi criado pela Apple para usar no Player QuickTime, portanto, o formato de arquivo é MOV, essa tecnologia já é antiga, ela começou a ficar popular a partir do QuickTime 4.
Existem alguns programas para gerar este MOV especial com base nas imagens, inclusive podem ser fotos reais de um ambiente, o que já é bem popular na internet.
Um destes programas é o VR Toolbox, o outro é o QuickTime Authoring Tools e também tem o Pano2QTVR. Eles permitem criar os Hotspots nos movies, que são links nas imagens para abrir uma página de internet ou outro MOV, assim, você pode ir passando por vários ambientes sem ter que fechar um arquivo e abrir outro, é muito interessante.

Exemplo de QTVR panorâmico - 391 Kb / Exemplo de QTVR panorâmico - 355 Kb - Clique nas imagens para acessar os QTVRs, é necessário ter o QuickTime instalado.

A partir do 3ds max 6 é possível criar este tipo de MOV para ambientes panorâmicos dentro do próprio programa, sem necessidade de plug-ins ou outros softs, mas a aplicação disponível no 3ds max não cria os Hotspots, apenas gera o ambiente no formato panorâmico e grava no formato MOV VR.
Este recurso está no menu Rendering > Panorama Exporter. Ele abre dois botões no menu Utilities, um para renderizar a imagem no formato panorâmico e outro para abrir o visualizador, onde você pode abrir a imagem renderizada e exportar no formato MOV VR.
Até o Max 5 só era possível fazer isso usando o Script e o programa gratuito Cubic VR. Também tem o plug-in QTVR da Cebas, que é ótimo, ele permite criar os dois formatos de QTVR, tanto o panorâmico como o de objetos, mas também não permite fazer Hotspots.

Exemplo de QTVR de objeto - 355 Kb / Exemplo de QTVR de objeto - 604 Kb - Clique nas imagens para acessar os QTVRs, é necessário ter o QuickTime instalado.

Não é difícil fazer o mesmo com imagens reais, você precisa de um disco graduado que gire com a câmera presa em cima, basta colocá-lo no centro do ambiente e tirar as fotos em determinados graus, normalmente são 8 fotos, portanto, você deve tirar as fotos a cada 45 graus, depois precisa usar um programa de Stitcher, como o Real Viz Stiticher, para poder juntar essas imagens e formar uma imagem panorâmica sem defeitos nas emendas. Existem diversos programas de Stitching no mercado. Com essa imagem fica fácil criar o QTVR usando um dos softwares e até Scripts Java que existem gratuitamente na internet.

Janela do Render to Texture

Para conseguir um ambiente virtual em 3D real com qualidade, é necessário conhecer os recursos do Render to Texture, porque em aplicações 3D os modelos precisam ser bem leves, são chamados de Low Poly, pois têm poucos polígonos, o que deixa o modelo visualmente detalhado são as texturas.
O Render to Texture permite que você crie os efeitos mais modernos de texturização e iluminação em games.
Um destes efeitos é o Normal Map, com ele você pode criar um mapa de Bump mais sofisticado, baseado no modelo em High Poly, ou seja, no modelo com muitos polígonos e super detalhado. No Render To Texture você pode criar um mapa que descreve todos os detalhes da modelagem, quando você aplicar este mapa no objeto em Low Poly, ele recebe todos estes detalhes sem aumentar a quantidade de polígonos.
Você também pode usar recursos de GI nos ambientes virtuais, deixando-os com ótima qualidade, é perfeito para um passeio virtual num projeto arquitetônico.
O Render to Texture permite fazer o que chamam de Bake, que é imprimir os efeitos de iluminação nas texturas dos objetos, assim, as sombras com Soft Shadows, os efeitos de iluminação global, de Color Blend, até de Caustics podem ser mesclados com as texturas, deixando o ambiente virtual muito mais realista e detalhado.

Andre Buttignoli Vieira