Oi Serpa, tudo bem?
Eu concordo com você filosoficamente, mas é assim que caminha a humanidade e que as coisas acontecem, já aconteceu antes várias vezes e agora está acontecendo de novo, só que numa escala gigante.
Quando iniciei a gente desenhava planta baixa com nanquim, dai surgiu o AutoCAD e todo mundo meteu a boca igual metem a boca na AI, falando que qualquer um conseguiria desenhar bem uma planta, que todas as plantas seriam iguais e que o preço cairia.
Foi justamente o que aconteceu, só que quem não adotou o AutoCAD acabou fora do mercado, pois ninguém mais desenhava manualemente por melhor que fosse o desenhista.
Depois aconteceu quando surgiram as imagens renderizadas em 3D, antes os arquitetos desenhavam fachadas como obras de arte com lápis, pincel, giz e tal, no início meteram a boca nas imagens 3D, mas quem não adotou saiu do mercado, pois se tornou pouco profissional apresentar desenhos manuais, por melhor que fossem.
Isso também abriu a porta para muitas pessoas entrarem no mercado, pois mesmo quem não era bom em desenho conseguia fazer uma boa imagem em 3D.
Mas dai veio o Lumion, que permitiu que qualquer um sem grandes conhecimentos de 3D conseguisse produzir boas imagens de arquitetura, o mercado foi inundado e o preço das imagens despencaram.
A tecnologia avança e as coisas que antes eram difíceis, se tornam fáceis e um monte de gente entra num mercado que era restrito, os preços caem e tal, mas ao mesmo tempo coisas que antes eram impossíveis se tornam possíveis e quem se mantém estudando e atualizado, consegue surfar nestas novas oportunidades que surgem com as mudanças e o avanço tecnológico.
Por exemplo, quem não ficou só fazendo imagens e partiu para estudar maquete interativa, que antes era impensável essa possibilidade, hoje pode cobrar de 30 a 70 mil por um prédio de apartamentos criado com o ArchViz Explorer sem nem conhecer muito sobre Blueprint, ou seja, ganha muito mais do que ganhava com imagens e não está nem preocupado com a AI, muito pelo contrário, está adorando não ter que modelar nem texturizar as coisas, só desenvolver a aplicação, que é o que dá grana.
Também tem as portas abertas para qualquer área se estudou programação, pois enquanto antes só tinha trabalho de ArchViz, hoje qualquer área demanda aplicações interativas de todos os tipos, imagine então quando o Metaverso se tornar realidade e todos os sites do mundo se transformarem em ambientes 3D, a demanda vai explodir.
Eu não dou conta o serviço, então, muitos clientes eu passo para os meus alunos, quando quer VR eu passo para um deles que sei que é bom nisso, quando quer prédio com o ArchViz Explorer eu passo para outro que é bom nisso, porque poucos fazem, então, a demanda já é imensa.
Antigamente dava para viver de Render porque poucos conseguiam obter imagens realistas, depois que todo mundo conseguiu já não valia mais a pena e isso foi lá por volta de 2012, então, já faz tempo, agora a AI veio para finalizar esse mercado de vez.
Quem diz que a AI vai apenas ajudar a produzir imagens está mentindo e enganando os outros, porque a AI vai substituir completamente a produção de imagens de arquitetura igual o 3D substituiu o desenho manual.
Dentro de alguns anos ninguém mais vai querer ter o trabalho de texturizar e iluminar os projetos para poder renderizar em 3D, mesmo que em Real-Time, pois conseguirá um resultado melhor em segundos com AI sem precisar mapear, texturizar e iluminar nada.
O lance é evoluir, não ficar parado, estar sempre na crista da onda, porque é onde estão as oportunidades.
Abração e tudo de bom.
André Vieira