Ola pessoal.
Ontem foi o terceiro dia da siggraph, e foi o dia que iniciou a exibition, a feira como chamamos, e é quando as coisas começam a ficar mais agitadas e aí temos mais coisas ainda acontecendo em paralelo, ficando impossivel acompanhar tudo o que acontece. Estive aqui em 2010 e novamente vejo que o ideal é se planejar e escolher bem o que vale assistir.
Bom, comecei o dia escolhendo uma palestra de peso, com artistas da Dreamworks, Blue Sky e Pixar, um na sequencia do outro apresentando como foi feita uma cena de um filme deles. Primeiro a equipe da Dreamworks falou sobre a cena do gato de botas subindo pelo pé de feijão, das diculdades de fazer a planta crescendo, subindo e se enrolando. Como de costume em grandes produções, algumas ferramentas proprietárias foram desenvolvidas para lidar com as dificuldades dessa cena, evitando problemas como uma malha atravessando a outra, textura esticando entre outros problemas, e ainda deixando a cena bonita e com movimento natural. Apesar de parecer uma tarefa simples, tratava-se de uma cena longa e com closes de camera na planta. Em seguida a equipe da Blue Sky falou sobre a criação do mar no Era do Gelo 4, com diversas cenas e situações diferentes. O que chamou a atenção foi o fato de, pelo fato deles usarem um renderizador raytracer próprio, não era viável utilizar displacement. Portanto o oceano todo foi feito com geometria e deformadores. Para capturar os detalhes, a malha era subdividida de acordo com a distância em relação à camera: quanto mais próximo, mais poligonos, evitando detalhar uma parte da malha que apareceria longe. As simulações de interação entre a balsa que os personagens usam e a malha da água era feita no Houdini de forma procedural e interagindo com o Maya onde eram feitas as animações da água e do barco, novamente com diversas ferramentas proprietárias desenvovidas no estudio. O render e shading também é todo com ferramentas próprias usando raytrace, calculando o volume de água para um resultado realista, de modo que quanto mais fundo, mais escura é a àgua, equanto que na cena em que eles chegam na praia ela deveria ter outra aparencia. Água também foi o destaque na apresentação da Pixar, mostrando uma cena do Brave que se passa em um rio. Outra semelhança é o fato das simulações serem feitas no Houdini, nesse simularam a água correndo pelo rio e interagindo com os personagens. Por outro lado o render evita o uso de raytrace e abusa de displace e em alguns casos de render volumetrico a partir das particulas geradas na simulação, aqui é importante observar como os dois estudios usam duas abordagens diferentes para um problema semelhante, seguindo o que é mais adequado em cada workflow.
Para não deixar o post muito extenso, no resto do dia começamos a visita à feira, como já estive aqui em 2010 vi que algumas coisas se repetem, parece que não há muito espaço para grandes novidades. Apresentação das novidades dos softwares conhecidos, hardwares mais potentes, escolas tentando arrebanhar alunos e alguns estandes de motion capture e impressoras 3D. Pra mim a parte interessante é poder conhecer pessoalmente algumas pessoas que conhecemos virtualmente, como o Bobo ( Borislav Petrov), famoso para quem estuda o maxscript e usa os softwares da Think Box como o Krakatoa, Deadline e Frost, este ultima é o que estava sendo apresentado na foto. O maior e um dos mais movimentados é o estande da Autodesk, que pra mim não tinha nada de muito interessante. Enquanto que o da Pixar era bem bonito e interessante, sempre com brindes muito disputados, espero amanhã conseguir um. Outro que me chamou a atenção foi do Houdini, um estande pequeno, um software muito complexo mas atraindo muita atenção, talvez pelo fato de todas as grandes produtoras afirmarem estar usando ele na área de efeitos.
Por enquanto é isso, esse post chegou atrasado pois é sobre a terça na SIGGRAPH, mais tarde tentarei fazer o de quarta e logo mais a Elis anexa as fotos. Qualquer duvida fiquem à vontade pra perguntar.
Abs,
Flavio