Ola pessoal,
Desculpem a demora em colocar o último post, hoje faz exatamente uma semana que se encerrou a SIGGRAPH e logo em seguida saí em viagem e foi difícil parar para escrever. Mas vamos lá, quinta passada foi o último dia da siggraph e, assim como em 2010, o último dia parece meio melancólico, ja que existem poucas palestras, poucas coisas acontecendo comparado com a loucura que são os outros dias, é notável um certo cansaço nas pessoas e muita gente ja arrumando as coisas para ir embora.Também tem muita gente que vai embora de Los Angeles nesse mesmo dia, então esses já fazem o check out no hotel antes de irem pro evento e ficam andando por lá carregando as malas, esse último dia foi realmente estranho, bem diferente dos outros e também com bem menos gente. Enquanto todos os outros dias a feira e os eventos aconteciam até as 9 da noite, esse último dia se encerra as 5 da tarde, talvez por isso varias pessoas nem se dão ao trabalho de ir nesse último dia.
No nosso caso, aproveitamos para visitar melhor alguns estandes que tinhamos passado apenas rapidamente, em especial os de motion capture já que um dia nossa universidade terá um equipamento desses, só não me perguntem quando. Algumas coisas chamaram a atenção, primeiro os sistemas mais baratos eram os que estavam em demonstração, com gente dançando e pulando e mostrando em uma tela um personagem 3D repetindo o movimento em tempo real. Um dos sistemas capturava o movimento sem marcador nenhum, apenas cameras e um fundo branco, mas sem grande precisão também. Assim como um sistema por sensores de posição, que dispensam as cameras e permite capturar movimento em espaços abertos, mas também com pouca precisão. Fora da feira principal tinha o da PhaseSpace, com quem conversei em 2010 e ainda usam o mesmo sistema: marcadores ativos, com leds acesos no corpo, e cameras em volta. Possui preço um pouco abaixo dos sistemas high end mas também qualidade inferior.
O destaque são sistemas com cameras modernas equipadas com leds que conseguem fazer o tracking de marcadores passivos, é o sistema usado nas grandes produções de hollywood. Três empresas usando esse sistema estavam presentes na feira, mas apenas a OptiTrack tinha um grande estande com duas pessoas dançando como de costume, e o motivo é o fato de ser uma empresa relativamente nova, buscando ganhar mercado e com o preço competitivo, mas ainda assim nada barato. O sistema parece funcionar muito bem, eles apenas não possuem representante no Brasil, assim como a próxima empresa visitada, no estande logo em frente, chamada Research in Motion. Por ser uma empresa já estabelecida no mercado, o estande era bem pobre, nada de demonstrar tecnologias, apenas umas tvs mostrando o portfolio e um balcão para informações. Isso porque o portfolio incluia grandes filmes de hollywood, parecem ser a referência do mercado, mas ainda assim a unica pessoa que estava lá no estande demonstrou ser bem prestativo e nos explicou o funcionamento do sistema e as opções para pequenos e grandes sistemas. E bem ao lado a sua grande rival, a Vicom, com estande um pouco maior, 4 tvs nos cantos demonstrando pequenos sistemas de captura com sistemas interativos. Também possuindo grandes filmes no seu portfolio, parece possuir uma linha mais ampla de produtos com boa flexibilidade de configuração e com a vantagem de possuir uma representante no Brasil, com quem ja tive contato antes, o que facilita a negociação e o suporte para nossas empresas, além de oferecerem desconto para instituições de ensino.
Finalizamos dando mais uma passada no estande da AMD, onde estava a equipe da Teamup apresentando seu software aos visitantes que, conforme ja mencionado no post anterior, é um renderizador realista por path trace que roda no cloud e, em um acordo com a AMD, todo o render era feito em tempo real em um servidor deles longe dalí, sendo necessário ali na feira apenas um notebook com o programa rodando em um browser. Liderando a equipe da Teamup está o brasileiro Thiago Costa, que ficou famoso ao criar o Lagoa, um sistema de simulação de física para o Softimage, e recentemente fundou a Teamup. E esse contato direto com os criadores e desenvolvedores dos softwares é um dos pontos mais importantes para mim na SIGGRAPH, além de reencontrar amigos como o próprio Thiago, que fazia 10 anos que eu não encontrava pessoalmente, e alguns ex-colegas de trabalho que encontrei por lá, ainda conheci muitas pessoas novas e fiz ótimos contatos, tomara que ano que vem eu esteja por lá de novo.
Espero que tenham gostado desse relato, tinha muita coisa acontecendo então pode ser que eu tenha deixado passar algo, portanto fiquem à vontade para perguntarem o que quiserem.
Abs,
Flavio