É.. Acho que não é do Bhaskara mesmo essa poesia.. Até porque, se fosse por questões de métrica e rima, o hindi ou sanscrito seria bem diferente.. E também não ví esse poema em qualquer outra lingua, só em portugues... (pode até ser, mas não acho que é não.. mais pra frente a gente vai saber disso..)
Aquela tecnica lá que eu tinha falado de discurso (de se perguntar e responder compondo poesia instantaneamente), lí num livro lá mas parece que está meio \'mistificado\'.. Nesse livro que eu peguei agora pra conferir isso ele tá falando apenas sobre \"..a tecnica de elaborar e responder perguntas compondo poesia imediatamente..\", mas não fala o nome da tecnica.. Essa tecnica tem um nome e, como algumas outras tecnicas, existe algo como uma \'argúcia\' a impedir o domínio perfeito da técnica, caso não se saiba o nome exato dela. Mas mais pra frente vou lembrar ou obter uma fonte mais detalhada sobre esse tópico em específico..
Mas, umas historia interessante sobre o Bhaskara e a Lilavati, que eu já ví em varias fontes, é a da ocasião do não-casamento de Lilavati... De acordo com lendas e escritos, devido a uma dificuldade \'karmica\', Lilavati nasceu com um horoscopo desfavoravel, sendo destinada a nunca casar-se ou ter filhos. Bhaskara, como era excelente nas artes da matemática, pôde determinar um momento quando a maldição estaria \'inativa\', e então construiu um elaborado mecanismo, algo entre um relogio solar e de água, sendo que seria possível dizer o momento exato no qual a maldição seria ineficaz. Mas, um ditame que é karmico é Lógico, e o é a um nivel inegável, sendo que, puramente com a matemática, nem mesmo o Bhaskara pode evitar os resultados dessa \'maldição\', uma vez que, proximo do momento previsto para o casamento (o momento no qual o mecanismo haveria predito que seria a unica \'brecha\' na maldição) algo havia interrompido o fluxo de água no mecanismo (uns dizem que caiu uma perola, outros que foi um grão de areia ou pedaço de pedra, etc..), de maneira a que a contagem de tempo estava equivocada e, de fato, já haveria-se passado o momento auspicioso para o casamento de Lilavati.(como \'consolação\', Bhaskara pos o nome de Lilavati em seu primeiro livro)
Nesse tópico, da questão do \'horoscopo\', muito embora haja certa influencia, não deveria ser entendida como a mais forte ou relevante. Nesse ponto eu discordaria de Bhaskara.. Paracelso, em seus livros, fala sobre a influencia dos astros (ens astrorum), e que a influencia deles é menos potente do que a influencia germinal, sanguinea ou divina. Então, imagino que a questão de Lilavati não se casar foi muito mais cultural ou supersticiosa do que de fato uma maldição karmica (mais um, do que o outro). Alem disso, mais potente que a influencia astral, genética, dos venenos, das formas, das funções, da natureza, dos espiritos e das compleições estaria a influencia Divina, logo, não seria puramente com austeridades (\'a terrível matemática\') que Bhaskara conseguiria obter a lógica que acreditava necessitar.
Isso ilustra a questão de como a Lógica e a Matemática são diferentes, muito embora complementares, apesar ser possível proceder apenas com um dos dois, determinadas coisas vão ser impossíveis ou muito improvaveis.. Então devemos aliar a austeridade à devoção, cada qual em sua propria medida correta, pra proceder de maneira a aniquilar a falta de conhecimento.
A Beleza está entre a Ética e a Razão!..